#Resenha "1º a Morrer - Clube das Mulheres Contra o Crime #1", de James Patterson

Lindsay Boxer é detetive do departamento de homicídios de San Francisco. Divorciada, é focada em sua carreira policial, alcançando posições geralmente dominadas por homens. Mas o que parecia ser uma carreira de sucesso pode estar por um fio.

Quando seu médico a chama ao seu consultório depois de um exame de rotina. As notícias são ruins: Lindsay adquiriu uma rara doença, chamada Anemia Aplástica de Negli, que faz o corpo parar de produzir glóbulos vermelhos. A porcentagem de pessoas que consegue é muito pequena, e as chances diminuem conforme os estágios avançam. Ela está entre o segundo e terceiro estágio, e começa a receber transfusões de sangue como tratamento.

Como se não bastasse a anemia, um assassino em série está a solta pela cidade, assassinando apenas recém-casados, e a noiva sempre acaba sendo violada pós-mortem de modo a desonrá-la.

O caso acaba por se tornar o mais desafiador de sua carreira. Preocupada em não viver por tempo suficiente para prender o assassino, A detetive une sua amiga legista Claire Washburn, a jornalista novata Cindy Thomas e sua colega promotora Jill Bernhardt, formando o Clube das Mulheres Contra o Crime, investigando por fora de seus departamentos o caso dos noivos.

Além de ter que lidar com o risco de morte e um caso aparentemente impossível, Lindsay tem de lidar com seus sentimentos por seu novo parceiro de investigação, Chris Raleigh. Como ela podia abrir seu coração a um homem depois do que seu ex-marido fez? Pior, como ela poderia amar alguém estando tão perto de partir?

Em 1º a Morrer, o primeiro da série Clube das Mulheres Contra o Crime, nada é o que parece e tudo é possível.

Lembrei de uma coisa que o meu primeiro parceiro me disse: "Nunca lute com um porco, Lindsay . Vocês dois ficam sujos. E os porcos gostam."

James Patterson é um escritor americano de grande sucesso. Além de Clube das Mulheres Contra o Crime, é autor das séries Alex Cross, Bruxos & Bruxas, Private e mais dezenas de histórias. A série CMCC já foi adaptada como série de TV com o nome de Women's Murder Club, como filme para TV intitulado First to Die (Núpcias de Sangue, no Brasil) e para os games nas plataformas PC, X-Box e Nintendo DS. 

Conheci a série CMCC por causa do Desafio Literário de 2015 (que não consegui cumprir, então ficou para 2016). Um dos livros que eu tinha de ler precisava ter um número na capa. Na verdade comprei primeiro o sétimo livro, 7º Céu, da editora Arqueiro, antes de saber que fazei parte. de uma série de livros. E quando pesquisei descobri que há um bom tempo os três primeiros foram publicados pela editora Rocco, porém não estão mais no mercado. Ou seja, ou você compra na língua original ou se vira para encontrar na Internet ou num sebo. Bem, o caso é que consegui achar. E amei.

Patterson fez um ótimo trabalho. As personagens foram compostas de modo natural, seus pensamentos e sentimentos são o mais realista possível. James também enfatiza a luta das mulheres da área criminal e quão duro elas precisam trabalhar para alcançar seus cargos. Em muitas cenas é óbvio que duvidam da capacidade da detetive Lindsay para resolver o caso, mas ela consegue lidar de maneira profissional com essas situações e honra seu distintivo.

O caso é complicadíssimo. Há muitas reviravoltas e é segredos. O livro é narrado em primeira pessoa por Lindsay na maioria dos capítulos, terceira pessoa no ponto de vista de algumas das meninas (Cindy sendo a mais frequente dentre elas) e em terceira pessoa sob a visão do assassino. Todos os suspeitos são muito suspeitos, eu me descabelei tentando resolver o mistério antes do fim do livro, como costumo fazer. Não consegui. E adoro quando os finais não são previsíveis.

─ Estou em forma ─ ela sempre dizia. ─ Redondo é uma forma.

Achei a Cindy um verdadeiro prodígio como repórter, um amor e muitíssimo inteligente e esperta, além de empenhada. Jill é o tipo de mulher bem sucedida que vemos nos filmes americanos, mas ao contrário dos clichês ela é casada e passa um bom tempo com o marido quando este não está viajando a negócios. Gosta de praticar esportes e é muito dedicada ao trabalho nos tribunais. Claire me apareceu a mais velha. É a única negra do clube, é uma legista muito respeitada, é casada e tem dois filhos jovens. Ela consegue parecer uma figura materna para o clube e ao mesmo tempo durona. É descontraída e sábia, equilibrada.

E precisamos falar sobre o Chris. É apaixonante, é difícil para Lindsay resistir a ele. Bonito por dentro e por fora. O bote salva-vidas de que ela precisava em meio a tantas mortes e sua doença, a qual mantém em segredo (apenas as poucas pessoas próximas a ela sabem disso).

Não sabemos para que lado o trem foi, se olhamos só para os trilhos.

O epílogo é algo diferente do que estou acostumada. Se o prólogo te conquista e faz querer ler tudo em um só dia, o final... Não posso dizer que não finaliza, porque é um final, mas ficou levemente em aberto. Mas a emoção do trecho acaba, no final, fechando com chave de ouro.

Importante ressaltar que 1º a Morrer foi lançado em 2001 (eu tinha apenas 5 anos!), mas ainda parece muito atual.

Fãs do gênero policial vão adorar o livro.

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Sobre Claudia Carvalho

É proprietária e autora do OUL. Interessada em literatura e ficção desde a infância, acredita que conhecimento existe para ser compartilhado.

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