"Anjos à Mesa" (Angels Everywhere #7), de Debbie Macomber | RESENHA


Subtítulo: Misture o amor verdadeiro com uma segunda chance e uma pitada generosa de malícia para criar um milagre de Natal inesquecível.
Título original: Angels at the Table
Coleção: Angelic Intervention #9
Tradução: Rafael Gustavo Spigel
Editora: Ballantine Books/Random House (EUA, 2012), Novo Conceito (BR, 2013)
Gênero: Romance contemporâneo, literatura cristã
Número de páginas: 223
ISBN: 9788581633411
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SINOPSE
Shirley, Goodness e Mercy sabem que o trabalho de um anjo é interminável — especialmente na véspera do Ano-novo. Ao lado de seu novo aprendiz, o anjo Will, elas se preparam para entrar em ação na festa de fim de ano da Times Square.

Quando Will identifica dois solitários no meio da multidão, ele decide que a meia-noite será o momento perfeito para dar aquele empurrãozinho divino de que eles precisam para acabar com a solidão.

Então, por "acidente", Lucie Ferrara e Aren Fairchild esbarram-se no meio da alegria da festa, mas, assim como se aproximam, acabam se perdendo: um encontro marcado que não acontece os afasta pelo resto da vida.

Ou será que não?

Um ano depois, Lucie é a chef de um novo da aclamado restaurante, e Aren é um colunista de sucesso em um grande jornal de Nova York. Durante todo o ano que passou, os dois não se esqueceram daquela noite.

Shirley Goodness, Mercy e Will também não se esqueceram do casal...

Para uni-los novamente, os anjos vão usar uma receita antiga e certeira: amor verdadeiro mais uma segunda chance (e uma boa dose de confusão), para criar um inesquecível milagre de Natal.

BOOK TRAILER


É o segundo livro de Debbie Macomber que leio, e já consigo identificar um padrão. Sua escrita é morna e previsível.

Em um romance que intenciona transmitir o clima do Natal, é óbvio que o final vai ser feliz. Mas em nenhum momento eu temi pela relação dos protagonistas. Eles são pessoas de conduta praticamente inquestionável, então o grande obstáculo entre eles, no fim das contas, é o orgulho de Lucie - algo que, na ficção, não é muito difícil de superar. Eu não ansiava a resolução do conflito, só esperava por ela.

Os anjos Goodness (bondade), Mercy (misericórdia) e Shirley (um trocadilho com "surely", que significa "certamente", "com certeza") são as personagens que conectam todos os livros, mas que cumprem um espécie de protagonismo secundário. Nesse volume é introduzido um novo anjo, Will ("desejo", no sentido de querer algo; também o futuro dos verbos "ser" e "estar"), seu novo aprendiz. Aliás, não entendo por que o tradutor escolheu não traduzir os nomes de alguma forma, já que mesmo as traduções livres parecem funcionar. Uma curiosidade interessante é que esses nomes foram retirados do Salmo 23 (ou 22) da Bíblia: "Surely, goodness and mercy will follow you..." ("... bondade e misericórdia hão de seguir-me...").

O quarteto angelical está ali, talvez não coincidentemente, para cumprir seu papel de Deus ex machina, o que tira ainda mais todo o sabor que a história poderia ter sem eles. Mesmo sob ordens estritas do anjo Gabriel para não intervirem, isso não os impede de fazê-lo, contornando as regras de uma forma não muito convincente.

A intenção da autora é mostrar que Deus se importa conosco e quer no ver felizes, mas o fato de que os personagens não conseguem ficar juntos nem resolver suas diferenças por conta própria faz com que pareçam mais marionetes de seres divinos do que pessoas reais com livre-arbítrio. Seria muito mais interessante se os anjos os fizessem enxergar seus erros e deixar que as decisões fossem tomadas pelos próprios personagens.

Personagens, aliás, que são ficcionais de uma forma rasa, um real-artificial, mesmo com suas histórias de fundo - Aren acabou de sair de um casamento destruído por uma traição, enquanto Lucie, com o pai falecido e a mãe diabética, tenta fazer sua carreira como chef de cozinha. Apesar disso, a obra tem um charme, mesmo que genérico, a olhos menos exigentes.

Se estiver se perguntando se é preciso ler os seis volumes anteriores da série, saiba que os livros são episódicos, então você pode começar por qualquer um. Há referências a peripécias anteriores dos anjos, mas nada que atrapalhe o entendimento da história. 

Anjos à Mesa é o típico romance água com açúcar feito para leitores "café com leite".

Classificação

Sobre Claudia Carvalho

É proprietária e autora do OUL. Interessada em literatura e ficção desde a infância, acredita que conhecimento existe para ser compartilhado.

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