Stephen King dá sua opinião sobre filme de "A Torre Negra"


Parece que 2017 é o ano das adaptações de Stephen King: no fim de junho estreou a série The Mist (baseada em O Nevoeiro) no canal Spike TV, as aventuras do detetive Bill Hodges foram apresentadas ontem ao grande público no seriado Mr. Mercedes no canal AT & T’s Audience Network e o filme It: A Coisa chega em setembro, no dia da independência. Já o longa A Torre Negra, baseada na série de livros homônima, que chega ao Brasil no fim do mês, já estreou nos EUA semana passada, liderando nas bilheterias.

Só que Stephen King jamais imaginou que veria o Pistoleiro (Idris Elba) e o Homem de Preto (Matthew McConaughey) fora das páginas do livro, pois o interesse dos produtores nunca levava o projeto muito adiante. Isso até o grande sucesso de O Senhor dos Anéis, quando os olhos de Hollywood se voltaram para lucro que uma franquia do gênero fantasia bem-sucedida pode oferecer, mas King ainda não conseguia visualizar o projeto nas telonas, pois era "complexo e longo". Sobre o que pensa do resultado final, o Rei declarou ao Collider:


Eles fizeram um trabalho maravilhoso contando uma história coerente e que possui muitos elementos de A Torre Negra. Os puristas podem não gostar, não posso dizer com certeza porque não começa onde os livros começam, mas ao mesmo tempo eles acabam seguindo a mesma direção porque sabem o que está acontecendo. [...] E há tantas coisas nas várias histórias ─ os enredos são relativamente complexos, os personagens interagem e têm idas e vindas, e acho que Akiva Goldsman, que escreveu o roteiro, escolheu o que lhe parecia ser o tipo de relacionamento mais acessível e humano entre esse velho, Roland, que está por aí há muitíssimo tempo, e a criança. Os dois têm uma química maravilhosa quando estão atuando e isso transparece na tela. Então, sim, eles tiveram que tomar algumas decisões [sobre a história do filme]. Algumas dessas decisões estão relacionadas a contar uma história que o público geral vai entender, não só os fãs hardcore de A Torre Negra ─ tipo as pessoas que aparecem em convenções com Roland tatuado em seus braços. [...] De todos os livros que já escrevi, os fãs de A Torre Negra são os mais fervorosos, mas possuem um pequeno subgrupo com gente que lê livros como O Iluminado e Misery. Então eles adquiririam um gosto pela fantasia, em particular.

Sobre a mudança de etnia de Roland, o Pistoleiro (Elba):


Bem, é o que eu disse no Twitter depois de toda a discussão começar: eu não me importava com a cor que ele tivesse, desde que conseguisse dominar a tela, se mover rapidamente e atirar em linha reta, então não faz diferença para mim. Porque eu não vejo pessoas quando escrevo. Porque, se estou escrevendo sobre um personagem, estou vendo as coisas através de seus olhos. A menos que eles se olhem no espelho ou algo assim, não vejo qual é sua real aparência. Mas, o que realmente fez disso um problema, na minha opinião, quando eles escalaram Idris como Roland, foi que todos esses livros tiveram ilustrações de Roland como um homem branco e eu nunca pensei sobre isso, mas obviamente se tornou uma parte da mentalidade [do leitor]. Mas isso é estranho, né? Por que ele não deveria ser negro? Por que não poderia ser um cara negro no papel? Sabe quão estranho é isso? Veja a série Game of Thrones; em Westeros, eles são todos britânicos! Todos são britânicos! Westeros é basicamente a Inglaterra e ninguém questiona isso, então, a meu ver, a ideia de que um homem negro interpretaria Roland é menor do que isso.

Na história, o Pistoleiro ─ que busca a lendária Torre Negra há anos ─ encontra o menino Jake, cujos poderes especiais começam a se manifestar do nada, e descobre que o Homem de Preto está maquinando um esquema para destruir os mundos de ambos protagonistas.

A Torre Negra chega aos cinemas brasileiros no dia 24 de agosto.

Sobre Claudia Carvalho

É proprietária e autora do OUL. Interessada em literatura e ficção desde a infância, acredita que conhecimento existe para ser compartilhado.

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