#Resenha "O Médico e o Monstro", de Robert Louis Stevenson


Depois de ouvir de seu primo uma história sobre um homem de atitudes altamente questionáveis e aparência aterrorizantemente incomum, Mr. Utterson relembra que esse tipo, o qual é chamado Mr. Hyde, é o protegido e herdeiro de um de seus mais antigos e caros amigos, o Dr. Jekyll. O mistério que envolve estes três homens acaba por resultar em acontecimentos desastrosamente assombrosos.

Conheça o estranho caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde, O Médico e O Monstro, o clássico da literatura mundial do escocês Robert Louis Stevenson, considerado um dos mestres do terror ao lado do irlandês Bram Stocker (Drácula) e da britânica Mary Shelley (Frankenstein).


Tenho uma opinião bem definida quanto a fazer perguntas; é um gesto por demais parecido com o dia do julgamento. Fazer uma primeira pergunta é como atirar um pedra. Nós ficamos sentados em silêncio no alto de um morro, e lá vai a pedra atingindo outras pessoas. Logo aquele sujeito tão afável, o último em quem teríamos pensado, é atingido na cabeça em seu próprio quintal, e a família tem que mudar de nome.

Mais um livro tão curto que li em menos de um dia ─ com 78 páginas. Já havia comprado o box dos metres do terror da editora Nova Fronteira; há alguns anos (quatro, mais ou menos) li Drácula, então fui direto para Frankenstein, e assim que terminei Convergente corri para O Médico e o Monstro, pois Dr. Jekyll, Mr. Hyde e até mesmo Poole ganhariam espaço na season finale da quinta temporada de Once Upon a Time. (Sou muito fã dessa série, não podia deixar para depois.)

Aviso: se você comprar esta mesma edição perderá a surpresa de saber quem é Edward Hyde, e se assistir aos dois últimos episódios da série*, idem.

Quero saber por que diabos colocaram esse título no Brasil (o original é The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde). Quando leio "monstro", eu penso num ser de aparência não humana, então fiquei um pouco desapontada ao descobrir que o monstro está nos pensamentos e nas ações, não na fisionomia.

A história é contada em terceira pessoa, e isso nos distancia ligeiramente do protagonista, Utterson. Também não nos é informado sua idade, mas pelas descrições deve ter cerca de 50.

A trama é ambientada na Londres do século XIX, anos em que Stevenson viveu, e temos muitas vezes de lançar mão de nossos conhecimentos sobre a cidade e a época para nos localizarmos, pois os cenários não são minuciosamente descritos. Isso não atrapalha o entendimento da história mas, para uma melhor apreciação, é melhor ter alguns conhecimentos pré-adquiridos.

Uma coisa é mortificar a curiosidade; outra coisa, vencê-la.

O fim é bom, ótimo, mas... eu queria tivesse se transformado em uma caçada, com mais ação, como no clássico de Stoker. No entanto, se isso acontecesse, a obra talvez não houvesse se tornado a referência que é hoje. Provavelmente essa minha reação foi provocada pela falta do suspense, já que eu sabia as respostas de antemão.

A narrativa flui de forma fácil e ágil, proporcionando uma leitura rápida. Como Frakenstein, critica alguns campos da ciência e o humano como ser, levando o leitor a refletir o modo como enxerga a si mesmo e a outros.

Classificação


*Transmitidos até a data de publicação desta postagem.

Sobre Claudia Carvalho

É proprietária e autora do OUL. Interessada em literatura e ficção desde a infância, acredita que conhecimento existe para ser compartilhado.

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