#Resenha "Em Chamas - Jogos Vorazes #2", de Suzanne Collins

Katniss retorna dos Jogos Vorazes como vencedora, juntamente com Peeta, para o Distrito 12. Mas não para sua velha casinha na Costura - agora ricos e famosos, o casal favorito de Panem ganhou cada um uma bela casa na Vila dos Vencedores do 12, tendo como vizinho seu ex-mentor nos Jogos, Haymitch Abernathy.

Mas nada são flores para a "Garota em Chamas". O presidente Snow não está nada contente de a garota ter desafiado o sistema e ameaça sua família e as pessoas que ela ama. Gale se revelou também apaixonado por ela é extremamente bravo com o romance público dela e por ser "vendido" na mídia como seu primo. E Peeta está furioso e magoado, pois não sabia que Katniss o estava enganando, dizendo que estava apaixonada por ele para mantê-los vivos na arena. A verdade é que todo mundo quer evitá-la. Só lhe restou a companhia de sua família e a floresta que margeia o Distrito 12. E como sempre, quando se trata de Katniss Everdeen, as coisas só tendem a piorar.

O chefe dos Pacificadores (equivalente a nossa polícia atual) de seu distrito foi substituído por um carrasco. Enquanto o antigo fazia vista grossa para as ilegalidades inofensivas, o novo pune de maneiras severas até a mais simples das infrações - e mantém a cerca elétrica ligada 24 horas por dia, o que impede os caçadores como Katniss e Gale de sair para a floresta.



- Se você morrer, e eu continuar vivo, acaba a vida pra mim no Distrito 12. Você é toda a minha vida - diz ele. - Eu nunca mais seria feliz. - Começo a me opor, mas ele coloca um dedo nos meus lábios. - Para você a coisa é diferente. Não estou dizendo que não seria difícil. Mas existem outras pessoas que fazem com que a sua vida valha a pena ser vivida.

E, é claro, Capital não deixa o povo esquecer os impiedosos Jogos Vorazes. Entre uma edição e outra o tributo vencedor do último Jogo deve realizar a chamada Turnê da Vitória, que passa por cada um dos 12 Distritos e pela Capital. Katniss terá, mais uma vez, que fingir um romance com Peeta, mesmo começando a sentir algo por Gale. E dessa vez ela terá de bancar a menininha apaixonada melhor do que nunca.

Antes da Turnê, a protagonista recebe a inesperada visita do presidente Snow - está furioso. Segundo ele, as atitudes da garota na arena, toda a sua rebeldia, não foram interpretadas pelos telespectadores como "loucuras de amor", mas sim como atos de revolta e rebelião, e agora vários distritos estão iniciando levantes. Se ela e Peeta não reverterem a situação e convencerem Panem... bem, alguém irá de machucar.

"No aniversário de setenta e cinco anos, para que os rebeldes não se esqueçam de que até mesmo o mais forte dentre eles não pode superar o poder da Capital, o tributo masculino e o tributo feminino serão coletados a partir do rol de vitoriosos."
Suzanne Collins

As fagulhas se acendem. As chamas se espalham. A Capital quer vingança.

O livro começa nos mostrando como é a vida no Distrito 12 - coisa que não pode ser explorada no
primeiro livro. Temos uma noção maior de como eram as vidas dos personagens antes do último Jogo, e temos uma melhor compreensão em relação a Haymitch. Apesar não haver muita ação no começo, a história não fica parada. Vemos a Garota em Chamas sob muita tensão, e seus defeitos e qualidades são mais destacados nesse segundo livro.

Se tem algo que gostei foi poder conhecer os vitoriosos dos outros Jogos Vorazes - senti com se uma grande honra me houvesse sido concedida. Finnick e Johanna passam a impressão de serem egoístas e egocêntricos, mas acabam se mostrando justos e éticos.

Sim, senti saudades da Rue - quem não? Falando em crianças, é muito perceptível o amadurecimento dos personagens envolvidos com os Jogos em comparação ao primeiro livro - Prim é um grande exemplo disso. Suzanne fez questão de ressaltar como esse reality mortal muda profundamente a vida dos participantes e de seus entes queridos.

Aqui os sentimentos de Katniss são mais explorados. Ela sente algo forte por Gale, porém as circunstâncias a obrigam a conviver com Peeta e a se aproximar dele, o que reacende um sentimento que ela pensava que não fosse verdadeiro. Seus sentimentos estão mais fortes e mais confusos do que nunca.

Minhas escolhas são simples. Posso morrer como uma presa na floresta ou posso morrer aqui ao lado de Gale.
- Eu não vou para lugar nenhum. Vou ficar bem aqui e arrumar todo tipo de encrenca que for possível.

Dou aqui um destaque especial para a Effie, por mostrar que tem cérebro, sentimentos e um grau de realismo que a grande maioria da Capital não possui. Ponto para ela!

O final é surpreendente. Dificilmente fico surpresa com um livro, pois sempre conjecturo a conclusão e acerto. Porém Collins esse segundo volume de um jeito imaginavelmente bom. Jamais passou pela minha cabeça o desfecho de Em Chamas, e me deixou mais ansiosa do que nunca para A Esperança. Muito bom, mesmo!

Classificação
Maravilhoso

Sobre Claudia Carvalho

É proprietária e autora do OUL. Interessada em literatura e ficção desde a infância, acredita que conhecimento existe para ser compartilhado.

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