"As pessoas estão consumindo cada vez mais rápido o livro, então conseguimos um intervalo menos do que um ano para lançar um segundo volume" declarou Alessandra Ruiz, publisher da editora Gutenberg (a mesma de Paula Pimenta e Bruna Vieira, ao jornal Folha de São Paulo. Ela pretende diminuir o espaço entre seus lançamentos para seis meses a partir de 2015.
Mateus Erthal (Novo Século), comentou que, quanto maior o sucesso, mais imediata é a pressão para o lançamento do título seguinte.
"Uma opção tem sido o lançamento, ou relançamento, quando alguns títulos já foram publicados, de séries completas em boxes. Assim o leitor já compra e lê todos de uma vez", afirma.
As editoras Galera Record, com séries baseadas em videogames, e Seguinte, com A Seleção, de Kiera Cass, já laçam simultaneamente aos EUA.
Isso também influencia os autores. Um grande exemplo é o da Patrícia Barboza. As Mais, sua série de sucesso, era para ser um volume único, mas foi replanejado para cinco graças à pressão do público.
Eduardo Spohr (Filhos do Éden) diz que é estimulado a continuar a escrever pelos fãs em seu twitter. O mesmo acontece com Paula Pimenta, que lançou três livros no ano passado, e pretende manter o ritmo neste ano.
O diretor da editora Leya, Pascoal Soto, diz que o comportamento dos leitores brasileiros está cada vez mais parecido com o dos americanos.
Porém, de acordo com Soto e Ruiz deve-se dar um tempo após os lançamentos, pois é preciso criar uma base de leitores, esperar que o produto seja absorvido pelo mercado.
André Vianco (O Turno da Noite) acredita que alguns livros não são mais só livros, mas franquias. "Tem o videogame do livro, filme, seriado, HQ", afirma. Também diz que tem vontade de atender aos leitores, mas que é impossível escrever tão rápido quanto eles desejam.
Para o professor da Unesp, João Luís Ceccantini, isso pode levar a um apego à quantidade e ao mais do mesmo.
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