ROMANCE DE FAROESTE (no inglês
WESTERN), também chamado de
ROMANCE DE CAUBÓI, é um
subgênero literário do que tem como principal cenário a
zona rural do oeste dos Estados Unidos, com destaque à
paisagem árida da região e aos
costumes de seus habitantes.
Originado no século XIX, teve como precursor o romance
O Último dos Moicanos (1826), do autor James Fenimore Cooper, segundo volume da
Leatherstocking Tales; no entanto,
The Virginian (1902), de Owen Wister, é apontado por acadêmicos como
pioneiro do gênero. Antes de entrar em declínio nos anos 1960, essas obras de faroeste retratavam a
colonização dos Estados Unidos pelos europeus e os
conflitos entre esses colonos e os povos originários, bem como o
banditismo e a violência típicos desse cenário. Esses livros foram escritos por pessoas brancas, majoritariamente homens, que geralmente retratavam os colonos como nobres heróis, os indígenas como selvagens violentos e as mulheres brancas como ingênuas, puras e indefesas — essas retrações eram distorcidas, e também ignoravam as conquistas dos movimentos sufragistas. Os grandes nomes da época foram: Catharine Sedgwick, com uma abordagem feminista do gênero em
Hope Leslie (1827); Bret Harte, em contos como
O Sócio de Tennessee (
Tennessee's Partner, 1869); e Zane Grey, com seu best-seller
Cavaleiros da Justiça (
Riders of the Purple Sage, 1912) criticando a poligamia e intolerância praticados pelos homens mórmons. Várias dessas obras foram adaptadas para o cinema durante as primeiras décadas da sétima arte.
Nos anos 1970, o faroeste passou por uma renovação: se antes os romances eram dramas de ação com protagonismo de homens brancos, editoras como a Harlequin passaram a publicar histórias românticas, por vezes eróticas, ambientadas no Oeste rural contemporâneo, onde a figura do caubói (ou cowboy) era o interesse romântico de protagonistas femininas, geralmente brancas, e fora do cenário violento da colonização. O estilo narrativo que alcançara sucesso no início do século XX em revistas pulp (como a Ranch Romances) antes do grande público perder interesse no cenário do Velho Oeste, e que agora ganhava as páginas dos livros. Se antes as pulps eram escritas de homens para mulheres, agora os romances eram escritos de mulheres para mulheres.
Nos dias de hoje, o romance de faroeste é abordado tanto como
romance histórico quanto como romance e
erótico, e escrito por pessoas de diversos gêneros, etnias, credos e sexualidades, resultando em um cenário, por um lado, mais plural e, por outro, mais complexo.
ETIMOLOGIA: do latim "romanĭce" ("como romano", "na língua dos romanos") + do latim "de" ("a partir de, depois de, feito de, por causa de etc.") + do inglês "Far West" ("Oeste Distante", refente às regiões da América do Norte que abrangem desde as Montanhas Rochosas até o litoral do Oceano Pacífico)
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