#Resenha "A Viagem do Tigre - A Saga do Tigre #3", de Colleen Houck

A boa notícia é que os tigres agora têm mais 12 horas como humanos, e Ren foi resgatado das garras do perverso feiticeiro Lokesh. A má notícia é o príncipe mais velho não se lembra mais de Kelsey, nem de nada relacionado a ela. E mais: tocá-la quando está na foram humana lhe causa muita dor. Enquanto o tigre branco tenta reaver sua memórias roubadas e aumentar sua "tolerância" à presença da garota, o trio ─ Ren, Kelsey e Kishan ─ começa a se preparar para o próximo desafio da deusa Durga, enquanto tentam despistar Lokesh. Para ajudá-los na busca pelo Colar de Pérolas Negras de Durga, que abrange o elemento água, estarão o tutor Sr. Kadam e sua sempre prestativa tataraneta Nilima.

Neste capítulo da saga dos tigres, Kelsey Hayes terá que lidar com seu coração partido pela falta de seu antigo Ren, suas dúvidas e indecisão em relação aos dois irmãos Rajaram e descobrir ser mais forte do que pensa.

Tentações, perigos, desentendimentos, aventuras, paixão, corações partidos e humor estão à sua espera em A Viagem do Tigre.

Amar é olhar, não colher. Tentar pegar antes de pronta é energia desperdiçada, perde tudo.



Colleen caprichou em nesse livro! Nilima, que não tinha muita participação na história, é introduzida da maneira correta e conquista o leitor com sua devoção, doçura e inteligência.

Outra coisa interessante é que, dessa vez, Kadam e Nilima vão com o trio para "o lugar em que o tempo para",  porém sem ajudar ativamente nas tarefas ─ isso é um trabalho para os protagonistas.

Mais mitologia tempera a aventura: referências às mitologias hindu e grega e aos contos de fadas europeus. Mas o que rouba mesmo a cena são os dragões chineses que desafiam nossos heróis. São cinco: vermelho, azul, verde, dourado, e branco. As missões propostas por eles testarão corpo, mente e coração do triângulo.

Confesso que Ren me irritou profundamente, e os motivos são spoiler, então não posso dizer. Kishan é sempre maravilhoso, mesmo sabendo que uma parte do coração de Kells ainda sofre por seu irmão, ele é paciente e a acalenta.

Arrepender-se é se decepcionar consigo mesma e com suas escolhas. Os sábios veem a vida como um caminho de pedras que cruza um grande rio. Todo mundo deixa passar uma pedra de vez em quando. Ninguém é capaz de atravessar o rio sem se molhar. O sucesso é medido pela chegada ao outro lado, não pela lama nos seus sapatos. As pessoas que se arrependem são aquelas que não compreendem a razão da vida. Elas ficam tão desiludidas que param no meio do rio e não dão o próximo passo.

Aqui a questão que exige reposta: Kelsey decidirá por seu amor ardente por Ren ou pela relação estável e segura que Kishan lhe oferece?

Os cenários são incríveis como sempre (eu só fiquei pensando que, se for adaptado, vão ter que usar bastante chroma key), e a trama ganha uma ótima dinâmica ─ a autora soube como é quando fazer as coisas acontecerem, de modo que, antes de ficarmos enjoados do drama, a aventura ganha mais espaço e, depois de quase matar os fãs de susto e elevar seus níveis de adrenalina, o ritmo se torna mais suave. É notável a evolução de Houck quando comparamos aos livros anteriores. Isso me agradou, e muito!

Um homem sábio enxerga o caminho que todos devem percorrer e adota o livre-arbítrio da humanidade, mesmo que assistir a seus desdobramentos lhe cause dor.

A Viagem do Tigre é, sem dúvidas o meu preferido da saga do tigre até agora. O mais mágico de todos, com certeza. Os figurinos são incríveis, e torço para que, se a franquia tiver mérito nos cinemas, seja visualmente o mais fiel possível.

Com um final emocionante e angustiante, você vai correr para a livraria (ou biblioteca) mais próxima para saber o que acontecerá em O Destino do Tigre.

Classificação



Sobre Claudia Carvalho

É proprietária e autora do OUL. Interessada em literatura e ficção desde a infância, acredita que conhecimento existe para ser compartilhado.

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